terça-feira, 3 de novembro de 2015

A invenção do cigarro

O hábito de fumar teve diversas significações ao longo da história. No processo de descoberta do continente americano o hábito seria um exotismo apreciado pelos curiosos europeus. Séculos mais tarde, as películas dos primeiros filmes norte-americanos colocavam um pomposo cigarrinho na boca de suas divas e galãs como sinal de seu estilo de vida sofisticado. Hoje em dia, é alvo de grandes disputas judiciais e campanhas que combatem o hábito extremamente nocivo à saúde.

No entanto, quais seriam os primeiros responsáveis por criar esse hábito que ainda atrai milhares de pessoas ao redor do mundo? De acordo com as pesquisas voltadas para o assunto, a descoberta do cigarro deve ser atribuída aos nativos que moravam no continente americano. Alguns indícios arqueológicos apontam que o consumo de cigarro já acontecia há mais de oito mil anos. Os astecas fumavam o tabaco enrolado em folhas de junco ou tubos de cana. Outros povos preferiam a velha, e ainda conhecida, casca do milho.

Em um vaso maia do século X, foram encontrados índicos arqueológicos com o desenho de um grupo de indígenas fumando um chumaço de folhas de tabaco enroladas a um tipo de barbante. Aproximadamente cinco séculos mais tarde, quando o navegador Cristóvão Colombo chegou à América, os europeus tomaram gosto pelos hábitos dos nativos encontrados na região das Bahamas. Na ocasião, o navegador Rodrigo de Xerxes experimentou o hábito indígena e, quando retornou à Europa, levou algumas folhas consigo.

Algumas décadas mais tarde, os europeus passaram a reinventar os modos de consumo do tabaco. Já no século XVI apareceram os primeiros charutos, que se restringiam a uma pequena parcela da população que tinha condições de pagar pela cara especiaria. Surpreendentemente, foi o próprio caráter excludente do charuto que abriu caminho para a criação do cigarro. Trabalhadores pobres de Sevilha picavam restos de charuto na rua e enrolavam em papel.

Criando esse “charuto alternativo” teríamos o estabelecimento dos primeiros cigarros de toda a História. Apesar da criatividade empregada e a funcionalidade do novo produto, passaram vários séculos para que o consumo de cigarro se tornasse bastante popular. Segundo algumas estimativas, no final do século XIX, o hábito de mascar tabaco era bem mais popular que o consumo do cigarro. Somente no final desse mesmo século, o cigarro foi popularizado quando James Bonsack criou a máquina de enrolar cigarros.

Durante a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), os soldados ganhavam carteiras de cigarro nas trincheiras de guerra. Atualmente, segundo algumas estimativas, cerca de um bilhão de pessoas fumam regularmente. A popularização do seu consumo acabou incitando vários problemas de saúde pública que hoje justificam a proibição por lei do uso do cigarro em lugares onde há grande circulação de pessoas.

domingo, 25 de outubro de 2015

Cigarro mata 350 pessoas diariamente no Brasil e 10 mil em todo o mundo

O cigarro é um dos produtos de consumo mais lucrativos no mundo. Os fabricantes ostentam uma clientela fiel e leal. O único problema é que seus melhores clientes morrem um a um. São também os únicos produtos legais que viciam a maioria dos consumidores e muitas vezes, o matam. Porém, a venda acarreta grandes lucros para a indústria do tabaco, mas enormes prejuízos para os consumidores.

Um estudo realizado pela Aliança de Controle do Tabagismo (ACT) revela que o Brasil gasta em torno de R$ 21 bilhões no tratamento de pacientes com doenças relacionadas ao cigarro. O estudo demonstra ainda que o tabagismo é responsável por 13% das mortes no País. São 130 mil óbitos anuais, sendo (350 por dia). Dados do Ministério da Saúde indicam que a fumaça do cigarro reúne cerce de 4.700 substâncias tóxicas diferentes, muitas delas cancerígenas.

Mesmo sendo de conhecimento dos consumidores do cigarro, sobre os riscos de doenças que podem levar a morte, os usuários não se intimidam e continuam fazendo uso do tabaco, ignorando a propaganda que trás nas carteiras, fotos de pessoas em estágios terminais e com diversos tipos de câncer e pulmões doentes.

Há um ano, o trabalhador rural José Carlos Souza Santos, 52 anos, descobriu um caroço embaixo da língua. Ao procurar um especialista, o médico pediu exames com urgências e foi diagnosticado um câncer avançado que já tomava a garganta. “A primeira pergunta que o médico fez foi: Você é fumante há quanto tempo? Hoje vejo o mal que o cigarro fez na minha vida. A gente nunca acha que vamos ser surpreendido com uma doença dessa. Se tivesse uma nova oportunidade, nunca fumava em minha vida”, ressaltou.

José Carlos fumava desde a adolescência. Quando não tinha dinheiro para comprar o cigarro industrializado, ele usava o cigarro feito com fumo de rolo. Ele já passou por duas cirurgias, perdeu parte da língua e fala e se alimenta com dificuldades. Há quinze dias, foi surpreendido com a notícia de que o câncer havia voltado, porém, os médicos disseram que não podem fazer mais nada. Hoje, ele se encontra desenganado pela medicina, fazendo uso apenas de morfina para amenizar a dor causada pela doença.

O pneumologista Francisco Hora Fontes explica que o tabagismo é uma doença crônica, causada pela dependência do tabaco, e que os produtos derivados do tabaco, especialmente os cigarros, são feitos para criar e manter dependência química nos consumidores. Francisco disse que há uma série de doenças que podem ser desencadeadas pelo vício, como acidente vascular cerebral, trombose, enfisema pulmonar, infarto, cânceres na boca, língua, pulmão, mama, bexiga dentre outros. “Em geral, o cigarro é uma fonte inesgotável de doenças causado pelos fumantes ativo e passivo”, completou.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Leis Antifumo

Desde 1996, o Brasil conta com uma lei federal número 9.294 que restringe o uso – e também a propaganda – de produtos derivados de tabaco em locais coletivos, públicos ou privados,  com exceção às áreas destinadas para seu consumo, desde que isoladas e ventiladas (também conhecidos como fumódromos).

Porém, com o objetivo de se aproximar mais do artigo 8 da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, tratado internacional elaborado pela Organização Mundial da Saúde e do qual o Brasil é signatário, estados e municípios têm elaborados leis que eliminam a presença dos fumódromos e proíbem o consumo de cigarros, charutos, cachimbos e cigarrilhas em bares, restaurantes, casas noturnas, escolas, áreas comuns de condomínios e hotéis, supermercados, shoppings etc.

A fiscalização, aliada à aplicação de multas (previstas em lei) aos estabelecimentos e à adesão da população, tem feito com que as leis sejam, de fato, respeitadas.

Em comum, as legislações estaduais têm: a proibição do fumo em locais fechados, a atuação de agentes fiscalizadores, a possibilidade de a população denunciar estabelecimentos em que a lei não é aplicada, e a liberdade que os donos ou responsáveis por tais lugares têm de expulsar quem não segue a legislação (vale lembrar que são eles quem pagam a multa e podem ter seus negócios fechados).

Algumas cidades do País também possuem leis próprias que proíbem o uso do cigarro em ambientes fechados.

sábado, 19 de setembro de 2015

Fumo no Brasil

No Brasil, o número de fumantes permanece em queda. Segundo o Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), em 2013, a prevalência de fumantes caiu para 11,3%. O dado é três vezes menor que o índice de 1989, quando a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou 34,8% de fumantes na população. A meta do Ministério da Saúde é chegar a 9% até 2022.

O tabagismo é uma doença epidêmica responsável por cerca de 200 mil mortes por ano no Brasil. Os cânceres de pulmão e laringe são os que mais matam no país. Em 2012, foram registrados 23.501 óbitos de câncer de pulmão e 4.339 de laringe. Para 2014, estima-se o surgimento de 27,3 mil novos casos de câncer de pulmão e 6.870 de laringe.

“Resolvi que a partir de um determinado dia eu não fumaria mais. Ainda passei um tempo sonhando que estava fumando, o que gerava um desejo enorme de voltar atrás, mas conversava comigo mesmo sobre a necessidade de sustentar essa decisão pela minha saúde e por querer viver mais”, conta Hélio Reis, do Pará, que influenciou familiares e amigos a também deixarem o tabagismo.

A pneumologista Cristina Cantarino conta que quem já tentou parar de fumar, mas não concluiu o tratamento, deve aprender com as dificuldades. “Você deve identificar o que impediu seu sucesso no processo de parar de fumar e tentar novamente. Também é comum que as pessoas coloquem todo o crédito no medicamento, mas é importante ressaltar que é a mudança de comportamento que te faz parar também”, explica a pneumologista.

sábado, 18 de julho de 2015

Cigarro mata mais de 5 milhões de pessoas, segundo OMS


O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável no mundo. A organização estima que um terço da população mundial adulta, cerca de 2 bilhões de pessoas, sejam fumantes. Pesquisas comprovam que aproximadamente 47% de toda a população masculina mundial e 12% da feminina fumam.

A fumaça do cigarro tem mais de 4,7 mil substâncias tóxicas. O alcatrão, por exemplo, é composto de mais de 40 compostos cancerígenos. Já o monóxido de carbono (CO) em contato com a hemoglobina do sangue dificulta a oxigenação e, consequentemente, ao privar alguns órgãos do oxigênio causa doenças como a aterosclerose (que obstrui os vasos sanguíneos). A nicotina é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) droga psicoativa que causa dependência. Ela também aumenta a liberação de catecolaminas, que contraem os vasos sanguíneos, aceleram a freqüência cardíaca, causando hipertensão arterial.

O tabagismo está relacionado a mais de 50 doenças sendo responsável por 30% das mortes por câncer de boca, 90% das mortes por câncer de pulmão, 25% das mortes por doença do coração, 85% das mortes por bronquite e enfisema, 25% das mortes por derrame cerebral. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), todo ano mais de cinco milhões de pessoas morrem no mundo por causa do cigarro. E, em 20 anos, esse número chegará a 10 milhões se o consumo de produtos como cigarros, charutos e cachimbos continuar aumentando.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), vinculado ao Ministério da Saúde, o tabaco também tem relação com a impotência sexual e infertilidade masculina pois, segundo estudos, prejudica a mobilidade do espermatozóide. Os mesmos prejuízos também são atribuídos ao cachimbo e ao charuto. Apesar de não serem tragáveis, possuem uma concentração de nicotina maior, que é absorvida pela mucosa oral.

Não só o fumo ativo, mas o passivo também aumenta os riscos de doença. Sete não fumantes morrem por dia em consequência do fumo passivo. O tabagismo passivo aumenta em 30% o risco para câncer de pulmão e 24% o risco para infarto.

Para obter informações sobre tabagismo consulte o site do Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão do Ministério da Saúde responsável por coordenar e executar o Programa de Controle do Tabagismo no Brasil.

Ou ligue no Disque Saúde (136).

terça-feira, 5 de maio de 2015

O cigarro no mundo

Na desigual geografia do vício, onde se fuma mais hoje é nos países pobres
por Drauzio Varella

Na primeira metade do século XX, o cigarro virou epidemia masculina. Nas décadas que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, perto de 80% dos homens haviam fumado em algum momento da vida adulta.

Desde então, a prevalência começou a cair nos países de língua inglesa e no Norte da Europa. Como consequência, a partir dos últimos 20 anos do século passado as mortes causadas pelo cigarro entraram em declínio, também na América Latina, Europa Central e Sul da Europa.

O pico da mortalidade feminina aconteceu mais tarde, porque as mulheres começaram a fumar em massa só a partir do anos 1960. A redução da prevalência entre elas ocorrida nas últimas décadas nos países de língua inglesa, Europa do Norte e Brasil começa a diminuir o número de mortes.

Com as medidas restritivas adotadas nos países industrializados e naqueles de renda média, a indústria passou a investir na Ásia, África e Oriente Médio, países populosos em que a legislação mais frouxa permite a publicidade e a presença do cigarro em toda parte.

Entre mais de 1 bilhão de fumantes espalhados pelo mundo, a maioria vive hoje em países pobres ou de renda média.

A prevalência caiu para menos de 20% na Austrália, Canadá, Brasil, Estados Unidos e Europa do Norte, mas ficou estabilizada em níveis ao redor de 60% nos lestes europeu e asiático.

A prevalência entre as mulheres ainda se mantém ao redor de 40% em algumas partes da Europa. Na África abaixo do Deserto do Saara, os níveis são relativamente mais baixos, e o consumo de cigarros por fumante é menor do que nas Américas, Europa e Ásia.

Ao lado dessas desigualdades na prevalência mundial, ocorreram mudanças nos tipos de cigarros consumidos, em resposta ao marketing criminoso da indústria, armado para dar ao fumante a sensação de que os cigarros “light” ou com baixos teores de alcatrão seriam mais seguros.

Entre outros estudos, uma revisão do Department of Health and Human Services dos Estados Unidos, publicada em 2010, afirmou categoricamente: “Cinco décadas de alterações no design dos cigarros não reduziram o risco de doenças entre os fumantes”.

Fumantes ativos e passivos são responsáveis por 6,3% das enfermidades que afligem a humanidade e sobrecarregam os sistemas de saúde, a maioria delas em países pobres ou de renda média. O fumo mata 6,3 milhões de pessoas por ano. As estimativas são de que durante o século XXI ele causará 1 bilhão de mortes.

Nesse panorama trágico, a situação brasileira não é das piores. A cada novo inquérito cai o número de fumantes em nosso país. Os mais recentes mostram que 15% a 17% dos brasileiros com mais de 15 anos fumam. Fumamos menos do que os americanos, alemães, italianos, franceses, dinamarqueses ou holandeses. Na Europa, apenas os suecos fumam menos do que nós: 12%.

Mulheres fumantes perdem, em média, 10 anos de vida, e os homens morrem 12 anos mais cedo.

domingo, 22 de março de 2015

Para o paciente que fuma há muitos anos, há, ainda, benefícios ao parar de fumar?

Sempre haverá benefícios ao parar de fumar, mesmo para aquele paciente que fuma há muitos anos ou que tem idade avançada. Esse ganho se dará em termos de uma vida mais saudável, com menos chances de adoecer.

Como exemplo, podemos citar que:

- após 2 a 12 semanas de abandono do fumo, há melhora da circulação sangüínea;
- após 1 a 9 meses de abandono do fumo, há redução da tosse e das infecções respiratórias;
- após 1 ano de abandono do tabagismo, há redução de 50% no risco de infarto e angina;
- após 10 anos de abandono do cigarro, o risco de morte por infarto torna-se igual ao de uma pessoa que nunca fumou.

sábado, 17 de janeiro de 2015

Como são usados os adesivos de nicotina?

Primeiramente, é importante destacar que a terapia de reposição de nicotina não é uma terapia milagrosa, é preciso que o indivíduo esteja preparado e motivado a parar de fumar. Os adesivos, bem como as outras formas de reposição de nicotina, dobram as chances do indivíduo manter-se sem o cigarro. No dia marcado para interromper com o cigarro, os adesivos de nicotina começam a ser empregados.

Eles são colocados sobre a pele, em local desprovido de pêlos, promovendo a liberação lenta e constante da nicotina. O adesivo deve ser trocado a cada 24 horas e deve-se evitar colocá-lo no mesmo local que estava anteriormente. Eles não impedem que o indivíduo pratique atividade esportiva.

Existem adesivos com diferentes dosagens de nicotina (10, 20 ou 30mg). A dosagem ideal é determinada pelo médico, de acordo com o grau de dependência do fumante. O tempo ideal de uso do adesivo, bem como de qualquer forma de reposição de nicotina não está bem estabelecido, podendo variar de 4 a 16 semanas, de acordo com a resposta do paciente.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Preparação para parar de fumar

A) Motivos
Descubra quais são os motivos que fazem com que você continue fumando:

- "fumar me dá energia, me deixa mais animado", o cigarro realmente exerce um efeito estimulante, porém praticar atividades físicas, ter uma alimentação saudável, ter uma boa noite de sono são medidas que lhe proporcionarão um melhor desempenho nas suas atividades do cotidiano.

- "ter o cigarro em minhas mãos me dá prazer", os rituais que cercam o ato de fumar, como acender o cigarro, levá-lo à boca ou simplesmente segurá-lo tornam-se automáticos para o fumante. Medidas para substituí-los, tais quais segurar uma caneta, chupar balas ou praticar uma atividade manual (pintura, carpintaria, costura), podem ser úteis.

- "fumo porque gosto", se você pensa dessa forma saiba quais são os benefícios ao parar de fumar. (veja em Tratamento do Tabagismo)

- "fumar reduz o meu estresse", lembre-se que existem outras maneiras mais saudáveis de reduzir o estresse, como praticar atividades físicas regularmente, ouvir música, um bom banho, viajar ou ler um livro.

- "estou viciado", a dependência da nicotina pode ser tratada com remédios, não hesite em procurar o médico. (veja em o Tratamento do Tabagismo)

Anote em uma folha de papel os motivos que o levaram a parar de fumar e a deixe bem a vista.

B) Marque a data para parar de fumar
- A data deve ser marcada com uma certa antecedência (duas semanas).
- Prefira dias mais tranqüilos.
- Conte para seus familiares e amigos a respeito da decisão.

C) Dias que antecedem a data marcada
- Tente diminuir o número de cigarros fumados.
- Descubra quais são as situações em que a vontade de fumar é maior (exemplos: após o café, ao beber bebidas alcoólicas, quando está ao telefone, etc) e procure evitá-las.
- Retire da casa os produtos relacionados ao tabaco, como cinzeiros e isqueiros.
- Passe a fumar fora de casa, do carro e do ambiente de trabalho. Dessa forma, reduz-se o cheiro de cigarro nesses locais e por conseqüência a tentação para fumar.
- Solicite aos familiares e amigos que não fumem perto de você e nem dentro de casa.
- Se há algum fumante que divide com você o ambiente doméstico, convença-o a interromper o tabagismo, se não for possível peça-o para não fumar dentro de casa.
- Lembre-se dos benefícios que terá ao parar de fumar.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Cigarro causa mutação no DNA em minutos

 Em uma pesquisa recém publicada pela Sociedade Química Americana, cientistas revelam que o cigarro causa danos no DNA apenas minutos depois de a fumaça ser inalada.

Diferentemente do que se pensava antes, os danos genéticos não aparecem ao longo dos anos, mas sim entre 15 e 30 minutos depois de cada trago.

O trabalho do Dr. Stephen S. Hecht e seus colegas é o primeiro estudo humano a detalhar a maneira como certas substâncias no tabaco causam danos no DNA associados ao aparecimento do câncer.

Evidências mostram que substâncias nocivas no tabaco (os “polycyclic aromatic hydrocarbons”, ou PAHs) são um dos principais culpados pelo câncer de pulmão – um mal que mata, todos os dias, cerca de três mil pessoas no mundo.  Até agora, no entanto, não havia um trabalho detalhando como agem esses químicos no corpo.

Na pesquisa recém divulgada, 12 voluntários fumantes usaram cigarros especiais, nos quais o PAH phenanthrene foi marcado para que seu caminho no corpo pudesse ser rastreado. As análises mostraram que o phenanthrene rapidamente forma uma substância toxica no sangue, que causa as mutações no DNA.

Os fumantes desenvolveram níveis máximos dessa substância em um tempo surpreendente: entre 15 e 30 minutos. O efeito é tão veloz que, segundo os pesquisadores, seria equivalente a injetar o produto que causa mutação diretamente no sangue.

Além do pulmão, o cigarro também está associado a pelo menos 18 outros tipos de câncer. Em seu trabalho, os pesquisadores escrevem que “os resultados apresentados deveriam servir como um alerta àqueles que consideram começar a fumar cigarros”.